Anthony Albanese tomou posso hoje como 31º primeiro-ministro do país, numa subida ao poder mais rápida do que seria de esperar devida a uma visita diplomática a Tóquio que já está agendada para esta tarde.
Albanese compareceu à Casa do Governo esta manhã (segunda-feira, 23 de maio) em Camberra com o vice-primeiro-ministro, Richard Marles, a nova ministra dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong, o novo tesoureiro, Jim Chalmers, e a ministra das Finanças, Katy Gallagher, para estabelecer um ministério interino.
Estes ministros vão cobrir todas as pastas até que a bancada trabalhista tenha oportunidade de reunir-se, já na próxima semana, para estabelecer finalmente o ministério completo.
Albanese e a senadora Wong irão ainda hoje para Tóquio para a reunião do Quad com o presidente Joe Biden, líder anfitrião, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
O primeiro-ministro divulgou um comunicado na noite de ontem (domingo, 22 de maio), a dizer que usaria esta reunião para falar sobre a intenção do seu governo de combater as alterações climáticas e focar-se mais fortemente da política externa na região.
Esta será a minha primeira viagem internacional como primeiro-ministro e tenho a honra de representar a Austrália neste importante fórum
, dizia o comunicado, que ainda acrescentava o seguinte:
O Quad Leaders' Summit reúne quatro líderes de grandes democracias liberais - Austrália, Japão, Índia e Estados Unidos da América – num apoio concertado a um Indo-Pacífico livre, aberto e resiliente, com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN ) no seu centro.
Sob o meu governo, a Austrália continuará a trabalhar através do Quad para fornecer iniciativas positivas e práticas para a nossa região, inclusive nas áreas da saúde, segurança e mudanças climáticas.
Biden conversou com Albanese no domingo e reafirmou o compromisso dos EUA com a aliança EUA-Austrália.
O presidente Biden expressou profundo apreço pelo compromisso inicial do primeiro-ministro designado com a aliança, refletido na sua decisão de viajar quase imediatamente para Tóquio para participar da reunião do Quad
, disse uma leitura telefónica do governo dos EUA.
Na manhã de hoje, números oficiais da Comissão Eleitoral Australiana tinham o Partido Trabalhista em 75 assentos na Câmara dos Deputados - um a menos da maioria - mas o partido deve ter até 77.
Anthony Albanese na cerimónia oficial de tomada de posse, na presença do Governador-geral australiano, David Hurley, esta manhã na Casa do Governo em Camberra. Source: AAP/LUKAS COCH/AAPIMAGE
A coalizão Liberal-Nacional tinha 57 assentos, com Scott Morrison a decidir afastar-se da liderança do Partido Liberal assim que uma reunião na sala do partido puder ser agendada.
Espera-se que ele seja substituído pelo ministro da Defesa, Peter Dutton, que pode enfrentar resistência dos moderados do partido.
Albanese retornará à Austrália já nesta quarta-feira.
Um dos primeiros grandes eventos nas próximas duas semanas será uma reunião com os primeiros-ministros estaduais e ministros-chefes dos territórios, onde Albanese definirá a posição do novo governo federal no âmbito das ações climáticas mais ambiciosas.
Dez independentes estão no caminho da vitória e juntar-se-ão na bancada à deputada Mayo Rebekha Sharkie, da Center Alliance, e ao veterano deputado, Kennedy Bob Katter.
Já a AEC contou sete assentos onde o voto preferencial de dois candidatos não está disponível até agora: Cowper, Griffith, Macnamara, Maranoa, Melbourne, Richmond e Sydney.
Três estão formalmente listados como "próximos": Sturt, Gilmore e Menzies.
Os deputados incumbentes estão atrás em 20 assentos: Swan, Pearce, Tangney, Hasluck, Curtin (Austrália Ocidental); Chisholm, Higgins, Kooyong, Goldstein, Deakin (Victoria); Gilmore, Wentworth, Reid, North Sydney, Robertson, Mackellar, Fowler, Bennelong (New South Wales); Boothby e Gray (Austrália do Sul).
O resultado final foi projetado como 77 para os trabalhistas, 59 para a coalizão e 15 na bancada.
O vice-primeiro-ministro cessante, Barnaby Joyce, disse que o seu futuro como líder do Nationals está nas mãos dos seus colegas do partido.
Candidatos independentes eleitos no sábado irão agora pressionar o governo para o cumprimento de três questões fundamentais: uma política climática mais ambiciosa, uma comissão nacional de integridade, e igualdade das mulheres.
Monique Ryan, que está a caminho de substituir em Kooyong o tesoureiro cessante, Josh Frydenberg, disse que os eleitores reagiram a um governo de coalizão que se desloca "muito para a direita".
O liberal moderado e ministro cessante, Simon Birmingham, disse que o partido precisava intensificar a sua meta de emissões para 2030 e fazer mais para pré-selecionar mulheres em assentos seguros.
Os Verdes, tendo garantido uma votação primária recorde, estão a caminho de ocupar 12 assentos no Senado no novo parlamento e até cinco assentos na Câmara.
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