O governo australiano está considerando expandir o alcance da dose de reforço da vacina da COVID-19 no programa nacional de vacinação para diminuir o impacto da variante Ômicron no país.
O Ministro da Saúde, Greg Hunt, disse que está seguindo as orientações do painel de especialistas em imunização do ATAGI, o grupo australiano de assessoria técnica, sobre a possibilidade de adiantar a elegibilidade para a dose de reforço para menos de seis meses depois da segunda dose.
Greg Hunt disse que o suprimento de vacina está pronto caso um período mais curto de intervalo entre as doses seja recomendado: “Nós vamos sempre permitir que o ATAGI aja de forma independente e vamos continuar seguindo suas orientações. Estamos preparados com suprimentos da vacina. Nós somos uma das nações, depois de Israel, que está oferecendo mais cedo a dose de reforço para toda a população. Se o ATAGI recomendar mudanças, nós vamos segui-las”.
Atualmente, para poder receber a dose de reforço da vacina contra a COVID-19 na Austrália, é preciso ter 18 anos ou mais e ter tomado a segunda dose há pelo menos seis meses.
Gabinete Nacional discute Ômicron
Um encontro do Gabinete Nacional vai ser realizado em até 48 horas com líderes políticos federais, dos estados e territórios para analisar o impacto da variante Ômicron na Austrália e discutir medidas que evitem um surto da nova variante no país.
A maior medida adotada até agora na Austrália relativa ao surgimento da Ômicron é de que pessoas que não sejam cidadãos australianos e estejam ou tenham estado recentemente em nove países do sul da África, não podem entrar na Austrália. Os países são: África do Sul, Lesoto, Botsuana, Zimbábue, Moçambique, Namíbia, Eswatini, Malawi e Seicheles.
Cinco casos até agora na Austrália
Mais dois casos confirmados da variante Ômicron foram divulgados no final da tarde de hoje em Nova Gales do Sul, NSW. Dois outros casos haviam sido detectados nesse domingo em Sydney, também de pessoas que chegaram do sul da África.
E um caso da variante Ômicron foi confirmado em um viajante da África do Sul no Território do Norte hoje mais cedo.
A Secretária da Saúde do Território do Norte, Natasha Fyles, disse que o homem que testou positivo para a variante Ômicron da COVID-19 está nas instalações de isolamento de Howard Springs. Ele chegou em um voo de repatriação de Joanesburgo para Darwin na quinta-feira, 25 de novembro.
“A comunidade australiana pode ficar tranquila. O homem infectado foi direto para Howard Springs, o centro de recuperação. Ele está em quarentena. É o primeiro caso da variante Ômicron no Território do Norte”.
Possibilidade de novos casos
O governador de Nova Gales do Sul, NSW, Dominic Perrottet, disse que é possível que mais casos da nova variante sejam detectados a partir de testes genômicos.
O governador disse que medidas adicionais de precaução serão adotadas no estado para todos os viajantes que chegarem do exterior: “Nós obviamente já adotamos o isolamento de 72 horas de pessoas que chegam na Austrália vindas do exterior. Nas últimas 24 horas 141 pessoas dos nove países africanos afetados pela nova variante chegaram aqui”.
O estado de Victoria, assim como Nova Gales do Sul, NSW e o Território da Capital Australiana, ACT, também adotou a medida de exigência de quarentena de 72 horas para todos os viajantes que chegam do exterior e as pessoas que moram com eles.
África do Sul pede revisão de restrições
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, está pedindo que a proibição de viagem relativa ao seu país e aos países vizinhos seja suspensa.
A Austrália, a União Europeia, o Brasil e os Estados Unidos estão entre as nações que adotaram medidas restritivas de viagens originadas nos nove países do sul da África pela ocorrência da variante ômicron da COVID-19 na região.
O presidente da África do Sul disse que as medidas são injustas, discriminatórias e injustificadas: “Nós pedimos que esses países que impuseram medidas de proibição de viagem originárias do nosso país e outras nações do sul da África que urgentemente e imediatamente revertam essa decisão e suspendam a proibição que impuderam antes que ejam gerados mais danos às nossas economias e ao sustento da população. Não há nenhuma justificativa científica para que essas restrições se mantenham”.
Ômicron na Europa
No Reino Unido as novas restrições tomadas a partir do surgimento da variante Ômicron são o uso de máscara no transporte público e comércio. O Secretário da Saúde do país, Sajid Javid disse que qualquer nova medida será temporária e proporcional.
“Assim que soubemos da Ômicron e da potencial ameaça que ela representa, nós não hesitamos em agir, e agimos rapidamente, de uma forma proporcional, porque a estratégia é ganhar tempo, para que os nossos cientistas possam avaliar essa variante, já que ainda há uma série de incertezas”.
A Holanda registrou 13 novos casos da variante Ômicron da COVID-19. Autoridades de saúde do país confirmaram que as pessoas infectadas estão entre os 61 viajantes que testaram positivo para a COVID depois de desembarcar de voos que saíram da região sul da África, onde a variante foi detectada pela primeira vez.
A Holanda adotou um lockdown parcial para evitar que a nova variante se espalhe pelo país. A moradora local Monique Van Aken disse que as pessoas terão que aceitar isso como normal: “Eu acho que isso vai acontecer o tempo todo. O vírus vai passar por mutações e nós temos que estar preparados para isso. Depois dessa variante, outras novas variantes virão”.
