5 de maio, dia da Língua Portuguesa

Foto: Horacio Villalobos (Corbis/Corbis via Getty Images)

Source: Horacio Villalobos - Corbis/Corbis via Getty Images

A caminho dos 250 milhões de falantes, nosso idioma comemora nesta terça-feira o seu dia aprovado pela UNESCO


Pero Vaz de Caminha, escrivão na frota de Pedro Álvares Cabral, escreve na carta enviada em abril de 1500 ao rei Manuel I de Portugal, a contar o achamento do Brasil:

Esta terra, senhor, será tamanha que haverá nela bem 20 ou 25 légua por mar, muito grande, porque a estender olhos, não podíamos ter senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.

Vaz de Caminha narra os episódios da (palavras dele) “marinhagem e singraduras do caminho.”

É escrita em português, mas o de há cinco séculos. Quase precisamos de um dicionário para identificar sentidos.
As línguas são assim, vivem em metamorfose permanente moldadas muito mais pelo uso, pela necessidade e pelas influências culturais dos utilizadores do que pelo respeito intransigente das regras gramaticais.

As palavras nascem, crescem, moldam-se, evoluem, mudam de sonoridade consoante os falantes.

Também a língua evolui constantemente. Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor, Guiné-Bissau, todos estes países falam a mesma língua, com diferentes sonoridades, até uns com mais riqueza do que outros no vocabulário.

O português brasileiro, diferentemente do lusitano, é extremamente aberto a novas experiências. Independentemente de qualquer reforma oficial, o português brasileiro está sempre a ser modificado no dia-a-dia pelos seus falantes. A questão é que o idioma evolui mais rápido na língua do que no papel.  Importar e adaptar palavras é uma tendência antiga e continua sendo força poderosa para definir o futuro da nossa língua portuguesa. 

Tudo sugere que o futuro da língua portuguesa é cada vez mais brasileiro e africano, portanto, a demografia vai dar-lhe cada vez mais sabor adocicado como o português do Brasil e cada vez mais cor negra.

A língua portuguesa ocupa atualmente um dos lugares cimeiros na lista das línguas que ostentam uma dimensão mundial. Se tomarmos como referência o universo das línguas europeias, o português situa-se no terceiro lugar, superando largamente a francesa.

A caminho dos 250 milhões de falantes, o português é uma das línguas ditas "imperiais" e a terceira mais falada no mundo ocidental, a seguir ao inglês e ao castelhano. A língua é o primeiro instrumento do florescimento e da projecção das culturas e, indiretamente, da afirmação política e dos interesses económicos das nações e dos Estados.

Este 5 de Maio é por proposta da CPLP, adotada pela UNESCO, o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Está anunciado um dia de múltiplas atividades e ações de promoção e divulgação desta nossa língua.

A partir de Portugal, o site do Instituto Camões anuncia para esta terça-feira uma celebração ampla da língua portuguesa. Vai ter o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, vai ter artistas, intelectuais, músicos, cientistas e políticos, a falar sobre esta mistura deliciosa formada pelo português de Saramago e Sophia, os diferentes crioulos do Atlântico, o português brasileiro de Chico Buarque, de Caetano, de Guimarães Rosa, de Jorge Amado, de Clarice Lispector, de Drummond, esta língua que é cada vez mais, uma das seis línguas mais faladas no mundo.

5 de Maio, Dia Mundial para a Língua Portuguesa, celebração adotada pela ONU, através da UNESCO.

 

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