"O mercado de varejo de energia na Austrália é difícil de entender até para quem trabalhar na área"

Conversamos com a brasileira Caroline Valente, especialista em políticas públicas para inclusão energética da Energy Consumers Australiana (ECA), a entidade que representa cidadãos e pequenas e empresas no mercado de energia do país. Nesta entrevista, ela reflete sobre as dificuldades que os imigrantes passam na hora de renegociar a conta de luz, e aponta os caminhos possíveis para se ter uma boa negociação.

"Até quem trabalha no setor de energia acha difícil de entender a complexidade do mercado de varejo de energia da Austrália", diz Caroline Valente. Credit: DAVID MARIUZ/AAPIMAGE

Quando emigramos a um novo país, cuidar de tarefas cotidianas um tanto básicas em uma língua que não dominamos totalmente pode ser árduo. Quem mora na Austrália, por exemplo, e acha difícil lidar com as entrelinhas da contas de energia, não está sozinho: até os próprios australianos consideram o universo dos boletos de luz difícil de navegar.

Em tempos de crise de custo de vida, pode ser ainda mais estressante ter que lidar com as fornecedoras. E o fato de ser imigrante tende a acrescentar algumas camadas de insegurança neste processo.

A brasileira Caroline Valente é egenheira civil com foco em eficiência energética e construção sustentável. Fez doutorado sobre pobreza energética. Atualmente, é gerente para políticas públicas para inclusão energética da Energy Consumers Australia (ECA).

Contudo, há mais ajuda disponível do que parece à primeira vista. E quem lidera os esforços pelos direitos do consumidor no país é a Energy Consumers Australia (ECA), uma entidade pública prevista na constituição e sustentada por uma taxa na conta de energia de quem vive na Austrália.

A entidade existe para organizar estudos sobre este mercado no país e representar os interesses dos habitantes e pequenas empresas junto às companhias de energia.

Conversamos com a brasileira Caroline Valente, gerente-sênior associada de política do time de inclusão energética da Energy Consumers Australia.

A grande maioria dos australianos acha as informações que recebem sobre energia muito difíceis de entender, confusas e descoordenadas. E para os imigrantes, este desconhecimento até dos direitos do consumidor pode tornar mais difícil ainda fazer escolhas

Caroline Valente, da Energy Consumers Australia (ECA).

Natural de Fortaleza, Caroline é engenheira civil que vive na Austrália há seis anos e um currículo focado em eficiência energética e em construção sustentável, com um doutorado que estudou a chamada pobreza energética - ou seja, daquela parcela da população cujo bem estar é impactado pela baixa capacidade de pagar conta de energia, ou por uso de matriz energética poluente.

Nesta conversa com a SBS em Português, Caroline Valente reflete sobre as dificuldades que os imigrantes passam na hora de renegociar a conta de energia, e aponta os caminhos possíveis para se ter uma boa negociação.

Se você está tendo problemas para pagar suas contas, é importante que saiba que há uma variedade de opções de suporte, e que tem direito a esta assistência. Não é um favor, faz parte dos seus direitos como consumidor de energia na Austrália.

Caroline Valente, da Energy Consumers Australia (ECA).

Ela também contextualiza o papel da Energy Consumers Australia, que todos que vivem no país e pagam conta de energia ajudam a manter.

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