Austrália e Brasil são “Sócios da Liberdade” no apoio às mulheres presas e egressas

Dirceu Aurélio / Imagem cedida pela Secretaria de Estado de Administração Prisional de Minas Gerais

Detenta faz trabalhos de costura na Penitenciária de Minas Gerais: parceria busca preparar mulheres para sua saída da prisão. Source: Instituto Igarapé/Dirceu Aurélio/Secretaria de Estado de Administração Prisional MG

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Existem hoje cerca de 40 mil mulheres presas no Brasil, país que possui a terceira maior população carcerária do mundo. Os desafios para a vida das presas e egressas da prisão foram elevados a um novo patamar com a chegada do coronavírus. Para auxiliar essas mulheres dentro e fora dos muros, o Instituto Igarapé criou o projeto “Sócios da Liberdade”, que recebeu apoio do governo australiano. Conversamos com Dandara Tinoco, coordenadora do projeto, sobre os desafios das presas e egressas em tempos de Covid e a ajuda australiana. Confira o penúltimo dos cinco episódios da série Austrália no Brasil, de parcerias e apoio entre os dois países.


O projeto “” do  é mais um dos cinco projetos sociais no Brasil a receber auxílio financeiro por meio do  da Austrália.
Esse já é o segundo ano dessa parceria com a Austrália. No ano de 2019 nós desenvolvemos um projeto também para mulheres egressas do sistema prisional focado na geração de empregos e de renda. Felizmente a parceria entre os dois países focados nessa temática, tem tido resultados muito interessantes
Em 2019-20, o DAP apoiou projetos sociais brasileiros focados principalmente na resposta à pandemia da COVID-19:  nas favelas cariocas, , e promoção de empregos para ex-presidiárias.
inmates Brazilian prison
Detentas do Presídio Nelson Hungria Complexo Penitenciário de Gericinó - Bangu VII: Brasil possui a terceira maior população carcerário do mundo. Source: VANDERLEI ALMEIDA/AFP via Getty Images
A campanha “Sócios da Liberdade” mostra ao setor privado que empregar mulheres presas e egressas cria novas possibilidades de futuro para não só para essas mulheres, mas também para toda a sociedade. Dar condições para a inserção social de presas e egressas é uma peça essencial para reduzir a violência.
Instituto Igarape
Programa auxilia mulheres a trabalharem dentro da prisão. Viviane da Conceição trabalha na padaria de um presídio. Source: igarape.org.br/sociosdaliberdade
O crescimento no número de mulheres presas no Brasil — entre 2000 e 2019 — aumentou quase seis vezes. De acordo com o Instituto Igarapé, existem hoje cerca de 40 mil mulheres presas no Brasil, país que possui a terceira maior população carcerária do mundo.
“A população carcerária feminina, por ser numericamente menor ela muitas vezes fica invisível e não há políticas públicas específicas de gênero. Em um momento de pandemia, por exemplo, isso é uma questão crítica”, conta Dandara Tinoco, gerente de comunicação e conteúdo do Instituto Igarapé, e coordenadora do projeto Fortalecimento do Apoio às Mulheres Egressas do Sistema Prisional.
Dandara Tinoco
Dandara Tinoco, gerente de comunicação e conteúdo do Instituto Igarapé. Source: Supplied
Embora não existam dados nacionais sobre a quantidade de mulheres egressas do sistema prisional, apenas no primeiro semestre de 2017, presídios femininos brasileiros registraram cerca de 13 mil saídas.

O projeto tem com o objetivo diagnosticar de maneira mais precisa em que medida essas mulheres são atendidas por serviços públicos.

Segundo Dandara, os desafios para a vida das presas e egressas foram elevados a um novo patamar com a chegada do novo coronavírus.
Com a chegada da Covid, tivemos que passar a olhar para questões muito mais básicas, como por exemplo, arrecadar cestas básicas para essas mulheres para que elas tivessem acesso à alimentação. Uma situação que já era difícil, ficou ainda mais complicada.
Segundo dados do Instituto Igarapé, quase metade da população carcerária feminina no Brasil tem entre 18 e 29 anos de idade e cerca de 70% são mulheres negras.
É também importante dizer que há mais mulheres presas do que vagas disponíveis. Cerca de um terço dessas mulheres ainda não foi condenada, as chamadas ‘presas provisórias’. Elas geralmente são mães solteiras e as únicas responsáveis por seus filhos.
Dandara conta que a ajuda financeira do governo da Austrália foi fundamental para o desenvolvimento do projeto.
Nós mantemos uma relação muito positiva com o governo australiano e seguimos em contato dividindo com eles os resultados alcançados com essa campanha de apoio às mulheres presas e egressas
Para mais informações sobre o projeto “Sócios da Liberdade”, clique .

Ouça a entrevista completa sobre o projeto e a parceria australiana, clicando no botão play da imagem que abre essa reportagem.

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