O primeiro ministro de Portugal, ao declarar o estado nacional de alerta geral, assumiu a gravidade absoluta deste tempo que estamos a viver. Disse ele: estamos numa luta pela nossa sobrevivência.
Estas são medidas drásticas de isolamento em todo o país para tentar, custe o que custar, estancar a progressão do vírus que, nas últimas horas – conforme anunciou a ministra da saúde -- se tornou exponencial.
Portugal há 2 semanas teve o 1º caso de contaminação, um médico que esteve em Itália de férias. Neste momento há 169 confirmados, e aguardam resultado laboratorial 126 outras pessoas. Há 5011 contactos, isto é – pessoas que estiveram junto de contagiados.
Portugal foi dos últimos países europeus a ser atingido pelo Covid-19.
A Itália é o caso mais desesperado: 21 mil contagiados, com 1441 mortes, das quais 155 só no sábado 14.
A Espanha, que neste domingo 15 entrou todo o país em quarentena, tem mais de 6300 infetados e 189 mortes.
Na França, 4500 infetados e 91 mortes. Por toda a Europa atingida e em fase exponencial está a ser requerido que as pessoas não saiam de casa.
Em Portugal, escolas e universidades fechadas. Nos hospitais, mobilização geral. Os estudantes de medicina e de farmácia estão a ser chamados para apoio, assim como médicos aposentados. Até mesmo veterinários estão mobilizados para eventual apoio de emergência. Os ventiladores que existem nas clinicas veterinárias estão ao dispor dos serviços de saúde.
Há orientação do governo para que o teletrabalho seja alternativa para manter o funcionamento de serviços essenciais. Eem Portugal já está proibido o desembarque de passageiros de navios de cruzeiro. Muitos restaurantes estão fechados. O acesso a supermercados está limitado. Competições desportivas, todas paradas; Espetáculos, também proibidos.
Vive-se em estado de emergência para já até 9 de abril, mas teme-se que por mais tempo.
Portugal é dos poucos países europeus onde o Covid-19 não fez mortes, mas há 11 pessoas nos cuidados intensivos. E os contagios dispararam, sendo que estão identificadas 11 fontes de propagação. Pessoas que estiveram em Itália ou em Espanha e que em Portugal contaminaram outras.
A crise é sanitária mas também econômica e social. O governo português, em articulação com a Comissão Europeia, já anunciou medidas excepcionais de apoio a pessoas e empresas.
Palavra de ordem em toda a Europa: custe o que custar, temos de vencer esta crise que rebentou a nossa normalidade. Custe o que custar, em modo coeso, solidário, temos de conseguir e depressa vencer esta bomba sanitária. Fechar os países por decreto, impor a quarentena.
O coronavirus não é o apocalipse, mas é a incerteza absoluta. Por quanto tempo vai estar a atacar-nos, e com que devastação, é ainda mistério. Há que contrariar o precipício da angústia, mas a leitura da realidade mostra-nos que o vírus está a atacar com grande violência o conjunto da sociedade.
