Julia não tinha muita experiência profissional em sua indústria e acredita que foi a maneira como escolheu contar sua história para a imigração que determinou o sucesso de seu visto. Sua pesquisa abordou o tratamento de água usando oxidação eletroquímica, que tem potencial de ser uma solução eficaz para um problema enfrentado por diversas indústrias no país.
Deixa eu ver como que eu posso contar a minha história de uma maneira que se encaixa nos critérios. E foi aí que eu comecei a preparar uma expressão de interesse, eu preparei tudo sozinha.
Ela chegou na Australia para fazer um doutorado em Engenharia Química na Universidade de Sydney. Julia ganhou uma bolsa de estudos, fez as malas e saiu de Natal (RN) para o outro lado do mundo.
Julia Ciarlini, Engenheira Química Austrália
Eu nem cogitava vir para cá se eu não tivesse uma bolsa porque as taxas da universidade, se eu fosse pagar pelo curso de doutorado, seria caríssimo
Ela é mais uma brasileira que conseguiu se destacar na Austrália e ganhar o visto Global Talent (Talento Distinto em tradução livre). Mas, no começo, a engenheira química não acreditava que isso fosse uma possibilidade.
Depois de dois anos de curso, ela recebeu um e-mail de um colega de doutorado com informações sobre o visto. Foi a primeira vez que ouviu falar do Global Talent, mas teve certeza de que não era para ela.
Julia Ciarlini, Engenheira Química Austrália
Achei que nada a ver, que eu não estava apta que não porque não tinha qualificações suficientes. A maneira que se coloca lá no site (site da imigração) parece que tem que ser famosíssimo
Foi depois de uma conversa com outro colega de universidade que havia solicitado este mesmo visto, que ela criou coragem para enviar sua Expressão de Interesse à imigração. Ela fez tudo sozinha, contando apenas com a ajuda de seu orientador de doutorado, que escreveu uma carta de recomendação para ela, e de colegas que haviam solicitado esta modalidade de visto e compartilhado suas experiências.
Além da carta de seu orientador, Julia contou sua história de forma que seu currículo atendesse às exigências da imigração. Ela usou todos os recursos possíveis para provar que era um talento distinto, incluiu até mensagens de recrutadores no LinkedIn. Mas ela diz acreditar que um fator que contou ainda mais foi uma entrevista feita enquanto estudante para os canais de mídia da Universidade de Sydney. O tema foi um artigo que ela havia publicado durante seu doutorado. A entrevista foi um sucesso, e acabou aparecendo em diversos sites da área engenharia química.
Eu acho que isso contou bastante também, eles valorizam bastante essas coisas. Quando você está na mídia, é meio que uma prova que você está realmente nessa área, que você é prominente nessa área e que você está ativa na área.
Em oito meses, seu processo foi concluído e ela se tornou residente permanente na Austrália.
Mas a vida de Julia não se resume às suas conquistas na engenharia química. Para se manter conectada às suas raízes, ela também explora outras paixões.
Eu curto muito cantar para mim é algo que alimenta a minha alma mesmo e eu só canto música brasileira
Julia Ciarlini, Engenheira Química Austrália
O site também diz que é preciso ter um registro internacionalmente reconhecido de realizações extraordinárias e ter um nomeador com reputação nacional na área de seu talento que esteja disposto a escrever uma carta atestando a importância do candidato para a Austrália.
O conselho é meter as caras, buscar a internet inteira, falar com todo mundo que você conhece, que conhece alguém que mora aqui. Trocar ideia e se conectar com pessoas, eu acho que a chave é essa
Para saber mais sobre como a Julia conseguiu esse visto clique no 'play' desta página, ou ouça no perfil da SBS Portuguese no seu agregador de podcasts preferido.
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