Carla Rodrigues, eleita Miss Portugal de 2018, perdeu o direito de representar o país no concurso Miss Mundo, na China, após manifestar sua posição política de apoio à oposição liderada por Juan Guaidó na Venezuela.
Carla Rodrigues tem 25 anos e é luso-venezuelana. Trabalha como jornalista e como modelo. Deixou a Venezuela onde nasceu, vive entre Portugal e Espanha.
Foi eleita Miss Portuguesa num concurso realizado na cidade de Gondomar, nos arredores do Porto, em julho de 2018. Há dias, em 20 de fevereiro publicou na sua conta de Instagram um vídeo em que se mostrava "preocupada com a situação da Venezuela e com as dificuldades das pessoas em conseguir alimentos e medicamentos".
Na quarta-feira, 11 dias depois da publicação do vídeo, a organização do concurso português partilhou nas redes sociais um comunicado dando conta da destituição de Carla Rodrigues. Ao mesmo tempo emitiu um comunicado em que "informa da destituição de Carla Rodrigues e consequente retirada e proibição de uso dos títulos de Miss Portuguesa e Miss World Portugal, em virtude das regras devidamente contratualizadas para o desempenho do mandato".
Ao início da tarde de sexta-feira, na página do Facebook da organização do concurso Miss Portuguesa foi publicado um vídeo com uma mensagem do presidente da organização, Isidro de Brito, para o que chama de “clarificar” a decisão:
“Carla Rodrigues estava perfeitamente consciente das suas obrigações e responsabilidades quando assinou contrato com a nossa organização. Uma miss tem a obrigação de unir o seu povo, tem obrigação de não ser fator de divisão e muito menos de tomar parte em questões políticas”.
A organização anunciou nesse mesmo dia que o título de Miss Portuguesa passaria para a Primeira Dama de Honor, Ana Rita Aguiar.
Carla Rodrigues protesta e está a ganhar apoio nas redes sociais. Protesta-se por ser penalizada por ter a liberdade de defender uma posição politica
Nas condições de participação, publicadas no site do concurso existem regras relativamente ao facto de as candidatas não poderem ser mães nem serem vistas "a fumar, consumir bebidas alcoólicas ou namorar em público, durante o período do concurso", assim como o dever de "manter o decoro e participar em todas as atividades requeridas pelas organização", mas não há nenhuma referência ao facto de não poderem expressar as suas opiniões políticas.
