'Poesia' de António Franco Alexandre foi o acontecimento literário do ano português

António Franco Alexandre

António Franco Alexandre: reunião da obra poética Source: FB/ Helder Moura Pereira

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António Franco Alexandre entende que a poesia é entre as artes da linguagem “o lugar do rigor, da precisão, da forma sensível organizada intelectualmente, da inteligência feita corpo”.


A formação académica e o percurso de António Franco Alexandre, nascido há 77 anos em Viseu, ajudam-nos a poesia que ele escreve, de extrema modernidade e ao mesmo tempo clássica, dir-se ia renascentista: ele é filósofo e matemático, professor de Filosofia na Universidade de Lisboa, depois de ter passado pela vida académica em França e nos Estados Unidos da América.
 
Tem, desde o primeiro, em 74, uma dúzia de livros publicados, sempre poesia publicados e estão agora todos juntos num livro com 616 páginas com o título Poesia  (apenas isso, Poesia, de António Franco Alexandre) que, sendo toda a poesia publicada de Alexandre também, tem 26 poemas inéditos e assim nos mostra as metamorfoses, os enigmas filosóficos, a procura da transparência no que é obscuro.


É um livro que está a ser considerado acontecimento literário deste 2021 em Portugal, um ano em, que também está publicado por entre aplausos o Museu da Revolução, por João Paulo Borges Coelho.


É um livro onde o escritor resgata a memória recente de Moçambique a partir de gente comum, cujo quotidiano testemunha, conta-nos um território marcado pela guerra, pela violência, pelo sofrimento e que vamos conhecendo numa viagem que nos enquadra com acutilância nas transformações em Moçambique nos últimos 60 anos.
 
Neste pódio dos livros portugueses do ano também pode estar o oportuno Diário da Peste, de Gonçalo M. Tavares, e ainda mais dois escritores que nasceram em ex-colónias mas a viver em Portugal: a moçambicana Paulina Chiziane e o timorense Luis Cardoso.


Paulina Chiziane, é a escritora de Niketche: Uma História de Poligamia, venceu por unanimidade a 33.ª edição do Camões, o mais celebrado prémio literário de língua portuguesa.


Luis Cardoso, recém premiado no Brasil com o Prémio Oceanos, pelo livro O Plantador de Abóboras, em que numa alegoria poética, em jeito de monólogo, nos conduz pela história de Timor-Leste no último século.



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