Vitalina Varela: filme de Pedro Costa arrebata o Leopardo de Ouro na Suíça

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Diretor Pedro Costa e Vitalina Varela, de Cabo Verde: prêmio de melhor atriz e melhor filme para "Vitalina Varela " Source: AAP Image/EPA/URS FLUEELER

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A protagonista interpreta a vida dela e recebe o Leopardo de Ouro de melhor atriz no Festival de Locarno, na Suíça.


Vitalina Varela, 55 anos, desembarca em Lisboa, no voo que teve origem na Cidade da Praia, Cabo Verde.

Ela chega à capital portuguesa para reencontrar o marido que tinha emigrado há três décadas e que ela não tinha voltado a ver. Chega demasiado tarde: o marido morreu três dias antes.

Vitalina é firme, valente. Não há lágrimas. Não nos aparece viúva triste, a carpir. Pelo contrário, diante do caixão, ela interpela o falecido: "Tu não me querias. Mesmo na hora da morte não me quiseste ao pé de ti".

Mesmo assim, Vitalina quer uma missa pelo marido. Vai ao encontro de um velho padre, mas este já perdeu a fé.

Vitalina é uma força da natureza a enfrentar a adversidade - o tudo que está contra a satisfação dela.

Vitalina, a mulher que desempenha como atriz, heroína da vida no filme de Pedro Costa - é também a personagem real. Ela interpreta o papel dela, a vida dela.

É uma tradição nos filmes, sempre profundos, contemplativos,sempre a entrar pelas trevas da miséria material e espiritual, realizados por Pedro Costa, cineasta com 60 anos, várias vezes premiado, por filmes como Ossos, Cavalo Dinheiro, Casa de Lava, No Quarto de wanda ou O Sangue.

Pedro Costa é um cineasta rigoroso, exigente, sem concessões, um mestre da arte portuguesa de cinema que não é para entreter, é para fazer pensar.

O filme Vitalina Varela ganhou o Leopardo de Ouro de Locarno, o prémio maior deste festival suiço.

A protagonista, Vitalina Varela, ganhou o prémio da melhor interpretação feminina.

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