Brasileiro celebra resgate de seu ex-aluno de futebol na Tailândia

Thailand cave

The teacher (left) who has spent the past 18 days camping out and supporting the families of the missing boys. (Right) one of the boys' mother. Source: AFP, Getty, Supplied

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Bruno Ferreira vive há 6 anos em Mae Sai na Tailândia, perto da caverna onde o grupo de jogadores de futebol e técnico ficaram presos. O brasileiro foi professor de futebol de Adul Samon, de 14 anos, que foi retirado da caverna no segundo dia da operação de resgate. “Sempre foi um menino muito forte, me espantei de ver como ele, e todos do time, estavam desnutridos.”


Adul pode ser visto nas primeiras imagens feitas pelo mergulhador britânico no momento da descoberta do grupo, ele é o único que sabe falar inglês e se comunica com o mergulhador. 

Bruno Ferreira falou à SBS Portuguese de Mae Sai, distrito de Chiang Rai, na Tailândia.

Ele disse que reconheceu seu ex-aluno de futebol imediatamente, quando as primeiras imagens do grupo foram divulgadas. “Reconheci Adul nas imagens feitas pelo mergulhador britânico, mas me espantei com ele por que sempre foi um menino muito forte e nas imagens, não só o Adul, mas todos os meinos estavam muito desnutridos." Adul pode ser visto nas primeiras imagens feitas pelo mergulhador britânico no momento da descoberta do grupo, ele é o único que sabe falar inglês e se comunica com o mergulhador. 

Bruno foi informado por seus alunos de futebol, logo após o treino de domingo, de que o grupo, e Adul, estavam presos na caverna perto de sua casa. Ele conta que foi ao local no dia seguinte ao anúncio do desaparecimento do grupo, no domingo 24 de junho.

“Fui lá no dia seguinte, pois moro a cinco minutos do local. Aqueles eram dias de muita tensão e aflição, um clima de muita preocupação, pois ninguém sabia aonde os meninos estavam.”

Segundo ele, a caverna é um ponto turístico conhecido de todos os que moram em Mae Sai. “Já estive lá, na parte mais larga da caverna, chamada de ‘hall’. Muita gente vai lá, esse time mesmo já tinha ido outras vezes, pois é um lugar muito bonito. Mas ainda não tinha conhecido ninguém que tivesse ido até o final dessa caverna, são mais de 10 quilômetros.”

O brasileiro passou dias junto à família de Adul oferecendo apoio e ajudando no que podia nas várias tendas montadas na entrada da caverna, Bruno ficou com a família até o início da operação de resgate quando todos os estrangeiros, repórteres foram retirados do local.

“No início estavam todos muito confiantes, mas muito cansados, principalmente o pai do Adul, estavam lá dormindo em cadeiras, tinha dia que eu chegava lá e ele estava com o rosto desfalecido, apesar da esperança, da expectativa de querer ver o filho sair da caverna. Mas ele sempre manteve a confiança mesmo apesar do falecimento do mergulhador tailandês.”

Bruno Ferreira Thailand
Originally from Petrópolis, Rio de Janeiro, Bruno came to Thailand in 2012, to volunteer and help build the community. Source: Supplied

“Meu time já tinha jogado contra o time deles, sempre foram muito fortes, jogavam futebol, andavam de bicicleta, mas nas imagens estavam muito desnutridos. Aquilo me deu um baque, fiquei chocado”

Vivendo em Mei Sai, distrito de Chiang Rai, desde 2012, Bruno encontrou trabalho na escola local e resolveu montar um time de futebol. “Viemos para cá eu e minha família para fazer um trabalho voluntário, surgiu a oportunidade de ensinar futebol e viemos.”

Ele diz que estudou muito o idioma e sempre se comunicou com Adul e sua família em tailandês . Ele descreve a sua comunidade local como unida e pronta para ajudar um ao outro. 

“Todos aqui pararam para se voluntariar, grupos subiram as montanhas para tentar descobrir outras entradas, pessoal largou tudo para ir lá conzinhar, oferecer massagem, ajudar no que for possível. É muito legal ver como toda a comunidade tailandesa se dispõe a ajudar o próximo.”

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