Austrália de luto pela morte do ator David Dalaithngu, reconhecido internacionalmente e ícone da cultura indígena australiana

 David Dalaithngu

O ator David Dalaithngu que morreu nesa terça-feira, aos 68 anos de idade, após lutar desde 2017 contra um câncer no pulmão. Source: AAP Image/Nikki Short

David Dalaithngu era aborígene do povo Yolgnu e lutava contra um câncer no pulmão desde 2017. Com 50 anos de carreira como ator, dançarino, cantor e pintor, ele ficou conhecido pela atuação em filmes como 'Walkabout', 'Rabbit-Proof Fence,' 'The Tracker', 'Crocodilo Dundee' e foi premiado em Cannes.


A morte do ator David Dalaithngu aos 68 anos de idade foi anunciada nessa terça-feira pelo governador da Austrália do Sul, SA, Seteven Marshall.

O governador fez um tributo ao ator e disse que ele era "um ícone, um artista único da sua geração que moldou a história do cinema australiano e foi um grande representante do povo aborígene nas telas. Um ator, dançarino, cantor e pintor, ele foi um dos maiores artistas que a Austrália já viu."
 
O pioneiro ator indígena e vencedor de um prêmio em Cannes é conhecido por seus papéis em filmes como 'Walkabout',  'Rabbit-Proof Fence,' 'The Tracker' e 'Crocodilo Dundee' em 50 anos de carreira.
 
A ex-atleta olímpica Cathy Freeman publicou uma mensagem no Twitter agradecendo a David "pela inspiração".

O Ministro para os Australianos Indígenas, Ken Wyatt, disse que o ator foi responsável por um grande número de trabalhos que elevou o perfil dos indígenas australianos.
 
Ryan Liddle fez a última entrevista com David Dalaithngu na NITV. Ele foi até a casa do ator em Murray Bridge, na Austrália do Sul, no ano passado, e pasosu alguns dias lá com ele.
 
"Se os olhos pudessem contar uma história, os dele contariam milhares. Apesar de ele já estar bem doente e debilitado na época, ele ainda tinha aquela aura própria. E era possível ver o brilho nos seus olhos só de estar na presença dele. Uma pessoa que fez tanto pelos aborígenes australianos e que foi a representação deles na televisão e no cinema". 
 
A curadora-chefe do Arquivo Nacional de Filme e Som da Austrália, Gayle Lake, disse que a habilidade dele de contar histórias usando seu corpo e movimentos mudou as perspectivas da audiência sobre a cultura indígena.
 
"O que o trabalho dele fez foi mudar a visão das pessoas. A visão delas sobre o que era a verdadeira realidade e não o produto do que nós na Austrália suportamos por tantas décadas com a política branca da Austrália desde a invasão do país". 
 


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