Portuguese: The Uluru Statement from the Heart

Uluru Statement

Source: Jimmy Widders Hunt

Em maio de 2017, representantes dos povos Aborígines e das ilhas do Estreito de Torres se reuniram na Convenção Nacional Constitucional das Primeiras Nações no Uluru e apresentaram a Declaração Uluru do Coração para os australianos. A Declaração pede por uma representação dos Povos das Primeiras Nações no Parlamento, sua consagração na constituição, abertura de um processo para assinatura de um Tratado, e dizer a verdade. É resultado dos 13 Diálogos Regionais deliberativos na Austrália com as comunidades das Primeiras Nações. A declaração busca estabelecer uma relação entre os povos das Primeiras Nações da Austrália e a nação australiana com base na verdade, justiça e autodeterminação. Música de Frank Yamma. Foto de Jimmy Widders Hunt.


"Nós, reunidos na Convenção Constitucional Nacional de 2017, vindos de todos os pontos do céu meridional, fazemos esta Declaração do Coração:

Nossas tribos Aborígenes e das ilhas do Estreito de Torres foram as primeiras nações soberanas do continente australiano e suas ilhas adjacentes, e as mantivemos de acordo com nossas próprias leis e costumes.

Nossos ancestrais assim fizeram, segundo a nossa cultura, desde a criação, de acordo com a lei comum, 'desde tempos imemoriais', e de acordo com a ciência, 'há mais de 60 mil anos'.

Esta soberania é uma noção espiritual: o vínculo ancestral entre a terra, ou 'mãe natureza', e os povos Aborígenes e das Ilhas do Estreito de Torres que dela nasceram, permanecem ligados a ela e um dia devem retornar para lá para se unirem aos nossos ancestrais.

Esse vínculo é a base da posse da terra, ou melhor, da soberania. Nunca foi cedido ou extinto e coexiste com a soberania da Coroa. Como poderia ser diferente? Que os povos possuíram uma terra por sessenta milênios e esse elo sagrado desapareceu da história mundial apenas nos últimos duzentos anos?

Com uma mudança constitucional substantiva e reforma estrutural, acreditamos que esta antiga soberania pode brilhar como uma expressão mais completa da nacionalidade da Austrália.

Proporcionalmente, somos as pessoas mais encarceradas do planeta. Não somos um povo criminoso por natureza. Nossos filhos são afastados de suas famílias em índices sem precedentes. Isso não é porque não os amamos.

Nossa juventude definha na prisão em números estarrecedores. Eles deveriam ser nossa esperança para o futuro.

As dimensões de nossa crise revelam claramente a natureza estrutural do nosso problema. Este é o tormento de nossa impotência. Buscamos reformas constitucionais para capacitar nosso povo e ocupar um lugar de direito em nosso próprio país. Quando tivermos poder sobre nosso destino, nossos filhos prosperarão. Eles vão caminhar em dois mundos e sua cultura será um presente para o seu país.

Apelamos para o estabelecimento de uma Voz das Primeiras Nações consagrada na Constituição. Makarrata é o ponto culminante de nossa agenda: a união depois da luta. Ela reflete nossas aspirações por um relacionamento justo e verdadeiro com o povo da Austrália e um futuro melhor para nossos filhos com base na justiça e autodeterminação.

Procuramos uma Comissão Makarrata para supervisionar um processo de celebração de acordos entre governos e os povos das Primeiras Nações e apresentar a verdade sobre a nossa história.

Em 1967 fomos contados, em 2017 procuramos ser ouvidos. Deixamos o acampamento base e começamos nossa jornada por este vasto país. Convidamos você a caminhar conosco em um movimento do povo australiano por um futuro melhor.

Para obter mais informações, visite o site oficial da Declaração Uluru do Coração ou envie um email para o Centro de Direito Indígena [Indigenous Law Centre], UNSW, no .  Saiba mais sobre o processo deliberativo das Primeiras Nações que levou à criação da Declaração Uluru do Coração.

inclui mais de 20 línguas Aborígines (das comunidades no Território do Norte e do Norte da Austrália Ocidental), e continuará a ser ampliada à medida que mais línguas das Primeiras Nações forem traduzidas. A coleção também inclui a tradução da Declaração em mais de 60 idiomas para as comunidades de diferentes culturas da Austrália. 

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