Parceria luso-chinesa para investigação de vanguarda sobre o cancro

Rui Vieira/PA Wire

Source: Rui Vieira/PA Wire

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O centro para o Desconhecido (Fundação Champalimaud) e a Universidade de Shandong lideram a pesquisa com foco na imunoterapia


A Fundação Champalimaud com o Centro de Investigação para o Desconhecido tem base em Lisboa, à beirinha do rio Tejo, a escassos 200 metros da famosa Torre de Belém, que celebra o tempo dos descobrimentos pelos navegadores portugueses do século XV.

Esta Fundação Champalimaud é o legado póstumo de um português empreendedor e visionário, António de Sommer Champalimaud, industrial e empresário que, designadamente com a indústria do cimento, foi uma das maiores fortunas de Portugal no século XX. Deixou em testamento a vontade daquela fundação dedicada a promover a investigação quer sobre doenças da visão (Champalimaud, no fim da vida, confrontou-se com a cegueira), quer sobre o combate a diferentes formas de cancro e sobre patologias neurológicas. É um centro multidisciplinar.
Este Centro para o Desconhecido, vanguarda da investigação científica biomédica da Fundação Champalimaud, iniciou atividade em 2005, e cultiva a investigação translacional, ou seja, fazendo permanentemente a ponte entre a investigação básica e a investigação clínica, assegurando que as descobertas científicas e as novas tecnologias se aplicam no desenvolvimento e no ensaio de soluções para os problemas clinicamente relevantes.

Estão, por exemplo, em funcionamento sete unidades dedicadas ao tratamento e investigação dos cancros com maior incidência. São elas a Unidade de Mama, a Unidade do Pulmão, a Unidade de Urologia, a Unidade de Digestivo, a Unidade de Ginecologia, a Unidade de Hemato-Oncologia e a Unidade de Dermatologia.

Agora, avança uma parceria de investigação luso chinesa, com missão pioneira na imunotecnologia.

A Fundação Champalimaud e a Primeira Universidade de Medicina de Shandong, na China, assinaram um protocolo, para investigação e tratamento do cancro, com foco inicial na imunoterapia e que prevê a criação de um instituto de imunotecnologia na China.

Este protocolo assinado com a universidade chinesa “de referência na área da investigação médica” prevê a criação de um instituto, único no mundo dedicado à imunotecnologia. É um investimento que deverá ascender a 100 milhões de dólares” (cerca de 85 milhões de euros).

O projecto de investigação e colaboração clínica é liderado pelo professor Markus Maurer, médico e investigador principal do serviço de Imunoterapia e Imunocirurgia da Fundação Champalimaud.

O foco inicial desta parceria incide sobre a imunoterapia, que consiste em modular o sistema imunitário do paciente — ou de um dador — para combater, entre outras possíveis patologias, o cancro. A imunoterapia é particularmente relevante como linha de tratamento em cancros agressivos, difíceis de tratar, contra os quais existem poucas opções terapêuticas, originando por isso taxas elevadas de mortalidade e morbilidade. É o cancro do pâncreas, geralmente silencioso, não operável e fulminante.

A Fundação Champalimaud é um exemplo de vanguarda portuguesa na ciência biomédica.

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